Todos os homens, mulheres e crianças, capazes de montar a cavalo, deviam comparecer junto do adro da igreja no dia seguinte, pelas oito da manhã. A corrida à felicidade ia começar. No dia marcado e à hora marcada compareceram todas. A palavra passou de boca para orelha e da orelha para a boca e perseguiu este ciclo até que todos da aldeia e das aldeias vizinhas soubessem o caso que ia dar-se. E todos viram naquela a derradeira oportunidade de agarrarem o que toda a vida perseguiram: a Felicidade! Homens, mulheres e crianças. Ricos, pobres e remediados. Todos compareceram no dia e na hora marcada. Ninguém quis deixar de participar naquela corrida em que todos iam ter direito a conquistar o seu quinhão de felicidade. As regras eram simples. Havia algures, ninguém sabia exactamente onde, uma imensidão de felicidade. Tudo o que tinham a fazer seria cavalgar o mais que pudessem e agarrar o quinhão de felicidade que mais lhes aprouvesse. E havia felicidade de todos os tipos e para todo...